Por que ler A História da Bruxaria: Feiticeiras, Hereges e Pagãs
Olá Amigx da internet!
Eu, Thiago, teu miasma preferido venho a vocês através de um ritual de invocação para falarmos um pouco sobre uma leitura recente e produtiva.
Esse ano a Editora Aleph, através do selo GOYA, lançou a segunda edição do Livro “A História da Bruxaria” escrito por Jefrey B. Russell e Brooks Alexander.
Depois de uma boa análise, não me senti à vontade em resenhar uma obra não ficcional. Sinceramente? Acho que seria mais proveitoso pontuar alguns bons motivos para conhecer mais a fundo esse livro que traz consigo não só uma desconstrução do estereótipo da Bruxa, como também uma contextualização histórica que vai do princípio do paganismo até nosso tempo contemporâneo.
Como eu disse, é uma obra de não ficção, portanto, vale citar que alguns fatos tem uma base de pesquisa histórica e antropológica.
Além disso, a edição que estamos falando é realmente mais completa, com algumas informações adicionais nos últimos capítulos, uma nova introdução, além de um belo trabalho de capa.
É uma leitura que exige uma mente e coração abertos, principalmente para não nos atermos a preconceitos e tirarmos bom proveito dessa pesquisa que busca informar aos leigos as razões e contextos da Bruxaria.
Dito isso, gostaria de apontar alguns fatos e passagens do livro que me fizeram abraçar a leitura.
Talvez o charme da escrita do livro seja o tom intimista e didático que se dá pela forma que é construída a narrativa de Jefrey. Logo no prefácio somos encantados pela desenvoltura sutil de seu discurso.
Ele inicia o conteúdo do livro apresentando um dito popular que instiga o leitor a querer entender mais sobre o universo ao qual ele promete dar um vislumbre.
Tal dito é simples : “Eu não creio em bruxas, mas elas existem!”. De acordo com o autor, esse é um dizer relativamente comum na Galícia Espanhola e com esses dizeres ele abre a porta para o conceito do livro como um todo, pois a função do livro não é provar a existência de bruxas, e sim mostrar as diversas formas que elas se manifestam e o desenvolvimento da bruxaria com o passar dos séculos.
Outro ponto interessante: Ele transcende a linha do Wiccanismo.
O que quero dizer é que o conhecimento popular acaba definindo Wiccanismo como se fosse a única forma de bruxaria. Fato é que existem diversas linhas e abordagens e tomar o conhecimento disso já ajuda a superarmos alguns preconceitos.
Acho que além de surpreendentemente informativa, a conclusão da obra no todo é nos mostrar como a bruxaria é presente em nossa contemporaneidade e o como ela é um recorte moldado por várias linhas desenvolvidas através das eras.
Talvez o grande ponto alto da obra seja o trabalho no qual ela foi forjada. O livro se trata de um estudo muito bem elaborado sobre a bruxaria como um todo, existindo diversas entrevistas e pesquisas, feitas e relatadas de forma compreensível e acolhedora.
Claro que talvez seja uma leitura restrita apenas aos interessados, mas não é uma leitura intimidadora. E esse é um crédito que tenho que dar ao autor, pois sua narrativa contorna os textos maçantes com pequenos deleites factuais e relatos entusiasmados a respeito da bruxaria.
Uma recomendação para todos que querem entender a bruxaria como ela é, para muito além do estereótipo e da ficção!
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