FUNDAÇÃO - Isaac Asimov







Olá Amigx da Internet, teu astro-náufrago favorito, Thiago, retorna dos confins dessa galáxia distante para falar a respeito de um dos alicerces da Ficção científica em uma edição tão digna quanto a importância da obra para o gênero literário.

Para quem não conhece, a trilogia FUNDAÇÃO de Isaac Asimov não só se estabeleceu como uma leitura obrigatória a todos os amantes do gênero, como também em 1966 ganhou o prêmio Hugo de Melhor Série De Todos Os Tempos.

E não é por menos.
A série de Fundação traz à nós a ascensão e queda de um império com um viés quase que histórico, porém permanecendo no campo futurista. Temos em uma narrativa de dinamismo perspicaz, uma forma coerente e instigante de acompanharmos um império todo como protagonista. Digo isso pois Asimov não se restringe a protagonistas em sua narrativa. Narrada em terceira pessoa e acompanhando diferentes fases do período histórico da humanidade, Fundação consegue nos contextualizar em sua cronologia de forma muito natural, fazendo com que as passagens de anos sejam evidentes no contexto sociopolítico e científico.

A narrativa poderia muito bem ser um romance histórico e é inegável a inspiração do autor na história clássica.
Fundação é sim um recorte da queda do Império Romano. 

A história inicialmente acompanha o matemático Gaal Dornick que chega a capital do império galáctico, Trantor, como  objetivo de trabalhar em um projeto junto ao consagrado e admirado Hari Seldon
Seldon, com seus conhecimentos de matemática e psicologia, conseguiu prever a queda do império e tal queda culminaria em 30 mil anos de barbárie por toda a galáxia. 

Seldon entendia que nada poderia ser feito para impedir o declínio do império, porém os efeitos poderiam ser combatidos. Então surge a fundação, um projeto que reúne cerca de 100 mil cientistas capacitados que tem como função, minimizar os efeitos da queda e estabelecer bases para auxiliar quem precisasse.

Em tempos atuais, onde nossa ciência encontra-se desvalorizada e em cheque, é interessante o como a leitura de Asimov pode trazer a reflexão sobre a importância dos cientistas para a sociedade.
A narrativa se estabelece em diferentes contextos históricos e propõe diferentes debates. Porém, como existem muitos diálogos, a leitura se torna incrivelmente dinâmica. A forma que Asimov se utiliza para estruturar tais diálogos nos permite ler de forma fluída e sem grandes problemas em identificar quem está falando, pois apesar de não existir muito espaço para trabalhar todo os espectros das personagens, ainda assim cada uma tem seu conjunto de fortes características que as fazem ganhar sua própria voz.

Essa edição da Aleph em especial compila os livros de 1951, 52 e 53 (Fundação, Fundação e Império e Segunda Fundação, respectivamente) 
A edição contém excelentes ilustrações que conseguem impactar e honrar a obra a que se referem. 

Deixo a minha recomendação a qualquer leitor.
Se uma obra ganha o prêmio Hugo como “Melhor Série de todos os tempos”, acredito que devemos dar o devido respeito a ela!


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