Safe (2018)
Olá! =D
Dessa vez vamos falar de mais uma série da Netflix. Avisamos que o texto pode ter alguns spoilers de desenvolvimento, mas não dos pontos importantes, ok? Nada que não seja dito em sinopse, trailers e até o primeiro episódio.
A minissérie possui oito episódios e tem um dos maiores autores de suspense em sua produção, Harlan Coben, e nos faz acompanhar a vida de Tom Delaney, interpretado por Michael C. Hall, um cirurgião de família que cuida das suas duas filhas adolescentes depois da morta de sua esposa. A família vive em um bairro calmo e seguro no interior da Inglaterra, mas tudo muda quando sua filha, Jenny, não volta de uma festa.
E que sotaque britânico mais confuso, hein Michael C. Hall? Uma hora parece estar lá, outra hora parece sequer existir.
Tom acaba dando uma de bom pai e tentando falar com todos os vizinhos e descobrir onde sua filha está, isso depois de um bom tempo acreditando que a garota está apenas nervosa com ele, desaparecendo com o namorado, já que a garota sempre pareceu guardar mágoa do pai por causa da morte de sua mãe.
A partir daí, a série vai desenrolando vários dramas. Alguns que Tom claramente só irá descobrir depois de muito tempo. Alguns fatos claramente parecem acontecer apenas para alongar uma trama que, sinceramente, é lenta demais e tediosa demais. Claro que no começo tudo faz parecer algo de um plano maior, mas alguns momentos vão provando que são apenas decisões idiotas tomadas por pessoas de mente fraca.
E por falar em mente fraca, vamos ao ponto principal da série.
Os personagens.
Apesar de todos viverem em certa harmonia em um bairro pequeno, todos os personagens tem personalidades um tanto quando...estranhas.
Vale destacar o próprio Tom que parece totalmente desprovido de emoções, sendo um tanto quanto frio demais e quase sem se importar realmente com o desaparecimento da filha, até entender que algo maior está acontecendo. E isso se reforça quando sua segunda filha, Carrie, acaba sumindo também por alguns momentos e ele quase parece não se importar, como se tudo parecesse uma obrigação chata de ser pai.
E sua personalidade confusa não fica apenas nisso. Para um cirurgião que deveria ser mais pensante, Tom toma decisões bem ruins que podem prejudicar toda uma busca que deveria estar sendo feita pela polícia, e que pode colocar sua filha em risco. E mesmo depois de um de seus amigos acabar se prejudicando com tudo isso, ele continua tomando decisões absurdamente ruins.
Ah! E claro, como se não bastasse, ele tem um relacionamento com a policial, Sophie, que está cuidando do caso e, ainda assim, não se preocupa em confiar nela para fazer o trabalho ou tomar cuidado antes de prejudicar tudo.
Mas, não se preocupem. Tom não é o único personagem que parece ter muita coisa ao redor de si mesmo e age de maneira estranha.
Tudo isso serve para continuar nos deixando confusos e suspeitando de pessoas aleatórias, em momentos variados. O engraçado é que o suspense surge e não dura muito a sumir. Em alguns momentos depois, algo que achávamos existir já é totalmente descartado pela própria trama, o que nos leva a saber que outra situação vai surgir para que mudemos nosso pensamento. Geralmente eu acho que isso funciona em muitas tramas de suspense. Dúvidas, respostas e mais dúvidas. Porém, em Safe parece apenas forçado e cansativo.
O tanto de tramas que vão surgindo e situações que são construídas para não ser nada daquilo que pensávamos poderia ser bom se tivesse sido melhor construído. Na verdade, ao analisar, parece apenas que as cenas vão sendo jogadas para tentar nos prender um episódio longo após o outro.
E não termina aí.
Apesar de TODOS os personagens tomarem decisões muito estranhas, Jenny, a filha desaparecida de Tom é uma das que mais me surpreende. Poderia dizer que ela puxou isso do pai, mas para uma garota que desaparece por um determinado motivo e que sabe que algo ruim vai acontecer, ela escolhe fazer as piores coisas para si mesma e as pessoas ao redor. Ainda mais conforme algumas coisas vão sendo mostradas e nos questionamos o que diabos a garota está fazendo. É como um acúmulo de absurdos que testa nossa paciência como telespectador.
Uma série que te arrasta pelos episódios de jeito que prende, sim, mas não é em nada bem desenvolvido e me fez sentir testada da pior maneira possível. Com uma explicação final, ou duas, que me pareceram piores ainda e que voltam àquele questionamento de como os personagens tomam decisões bem duvidosas, por um tempo longo demais.
Sinceramente? Uma série que não vale a pena o tempo que leva para desenvolver, com um resultado mais fraco ainda.
Entendo que algumas pessoas possam se prender e até surpreender, mas é muito melhor gastar o tempo com tramas de suspense que não tenham um furo enorme na trama.
Se o ator Michael C Hall queria deixar de lado a imagem que tinha de Dexter com algo que tivesse um apelo maior, sinto dizer que não foi dessa vez..
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