A Forma da Água - Guillermo Del Toro




Sinopse: Elisa é uma zeladora muda que trabalha em um laboratório onde um homem anfíbio está sendo mantido em cativeiro. Quando Elisa se apaixona com a criatura, ela elabora um plano para ajudá-lo a escapar com a ajuda de seu vizinho.

Você pode conferir o trailer AQUI

E já fazia um tempo que eu não vinha falar sobre cinema, então...por que não fazer isso com um filme que é, no mínimo, encantador?
A Forma da Água está nos cinemas e é dirigido pelo famoso diretor mexicano Guillermo Del Toro, bem conhecido por seus filmes que envolvem magia, monstros e todo um lado sombrio.
Dessa vez, o diretor aposta em um romance muito mais fabuloso, por assim dizer.

No filme, acompanhamos uma das faxineiras de um laboratório secreto americano, Elisa (Sally Hawkins), durante o período da Guerra Fria. Elisa é uma mulher muda, órfã e que vive com seu amigo artista, Giles (Richard Jenkins), que se comunica com a linguagem dos sinais e é uma ótima companhia.
Os dias de Elisa mudam quando ela conhece a "criatura" em um dos laboratórios, vivendo em um aquário personalizado para tentar mantê-la viva enquanto estudos e experimentos são feitos.
Algo na criatura acaba chamando a atenção de Elisa que começa a se comunicar com ela, da melhor maneira que pode, com pequenos contatos visuais até que ambas as personagens estejam encantadas uma com a outra.
É aí que toda o problema começa a surgir pois, Elisa entende que o laboratório e o chefe de segurança Strickland (Michael Shannon), querem acabar com a criatura, a dissecando, tirando o tanto de informações que puderem e depois a executando. Isso a deixa em pânico e, com a ajuda de sua amiga de trabalho de dez anos, Zelda (Octavia Spencer), Elisa tenta encontrar uma forma de salvar a vida do ser. (Vale dizer que Octavia oferece todo um alívio cômico ao filme, preenchendo o silêncio que a personagem de Elisa acaba nos oferecendo durante momentos comuns no dia a dia das personagens)




Apesar de toda a política que a trama traz, o filme é uma história de amor que acaba sendo um tanto previsível em muitos momentos.
Notamos que Elisa se identifica por encontrar alguém que não é compreendido, que não consegue falar e que depende muito de outros para não se sentir apenas um "nada". A mensagem de conexão e empatia é totalmente visível, porém, algumas coisas seguem o famoso clichê e acabam faltando.
Por exemplo, em minha humilde opinião, teria sido bem interessante saber por que o personagem Richard Strickland é tão cruel e sádico, e não apenas um vilão que parece querer encher seu ego com ordens cumpridas, tendo uma necessidade enorme em eliminar uma criatura que, ou seria uma riqueza grande para um estudo mais humano, ou reconhecer que é uma criatura que merece respeito.
Mas, jamais saberemos suas reais neuras e história por trás de tanto ódio.




Agora, é muito difícil não amar a conexão de Elisa e da criatura, interpretada por Doug Jones. Todos seus movimentos e expressões são tão sutis para uma criatura que é, no mínimo, chamativa.
Ambos personagens se mostram muito fortes apesar de suas limitações, o que acaba deixando toda a mensagem de amor muito mais potente e emocionante.
O filme também aborta a luta por direitos civis, em pleno anos 60. O que nos faz amar todos os detalhes, figurinos, cor, fotografia.... Ah, sem dúvida é um filme lindo de se ver.
Del Toro mantém as cores como algo essencial em cada cena, nos fazendo querer notar cada detalhe e mudança, saindo do preto, azul, verde e indo para o vermelho intenso.
E a trilha sonora acaba sendo impecável, também.




Vale notar que o filme é bem contemporâneo, usando um tema que discute preconceito. Especialmente quando entendemos que o vilão é um homem branco heterossexual, que acaba lutando contra um homossexual e duas mulheres, sendo uma delas negra e ambas com um trabalho que ele considera inferior e sem valor.
Para mim, o filme acaba sendo um tanto previsível com um romance que possui um final não tão surpreendente, apesar de sensível ao extremo.
Porém, apesar de eu esperar muito do que aconteceu, o filme leva seu tempo, sem pressa, mostrando como a relação entre Elisa e a criatura se desenvolve com calma, confiança e amor.

Acho que "amor" é um tema que se encontra sempre saturado, mas é necessário notar e admitir a simplicidade com a qual essa relação foi crescendo, se desenvolveu e alcançou um fim que nos deixa com aquela vontade de quero-mais, ainda mais ao existir aquela ponta de dúvida sobre o que foi real ou não.

O filme é sensível o suficiente para deixar que um olhar trocado entre Eliza e a criatura, fique registrado por um bom tempo em nossas mentes.
Se ainda não viu, corra para o cinema mais próximo tendo a certeza que serão horas muito bem aproveitadas, com um filme de encher a alma, sim.




Comentários

  1. A maneira em que Elisa se conecta com a criatura me pareceu muito legal. Sua inocência contrasta com o machismo de Strickland e seu desejo de matar a criatura. Michael Shannon volta para me surpreender com um excelente vilão. Michael Shannon será impecável em seu novo filme. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Na minha opinião, Fahrenheit 451 será um filme de drama bom que valerá a pena assistir. O ritmo do livro é é bom e consegue nos prender desde o princípio. O filme vai superar minhas expectativas. Além, acho que a sua participação neste filme realmente vai ajudar ao desenvolvimento da história.

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    1. Olá! Concordo totalmente com o que disse. Sem dúvida, um ótimo ator que acrescenta muito aos seus papéis. Fahrenheit 451 é um livro que acabei não lendo, pelo menos ainda, mas o filme promete, sim! Obrigada por vir comentar <3

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