Mushishi - Hiroshi Nagahama
Sinopse: "Mushi" São as formas mais básicas de vida no mundo. Eles existem, sem objetivos ou propósitos para além de simplesmente "ser". Eles estão além dos grilhões das palavras "bom" e "mal". Os Mushis podem existir em inúmeras formas e são capazes de imitar as coisas do mundo natural, tais como plantas, doenças, e até mesmo fenômenos como o arco-íris. Esta é, no entanto, apenas uma definição vaga destas entidades que habitam o mundo vibrante de Mushishi, até mesmo chamá-los de uma forma de vida seria uma simplificação. Informações detalhadas sobre Mushi são escassas, porque a maioria dos seres humanos não têm conhecimento de sua existência. Então, o que são Mushis e por que eles existem? Esta é a pergunta que um "Mushi-shi", Ginko, ponderará constantemente. Mushi-shi são aqueles que pesquisam Mushi na esperança de compreender o seu lugar na hierarquia do mundo da vida. Ginko persegue rumores de ocorrências que poderiam ser ligados a Mushi, tudo por causa de encontrar uma resposta. Ele poderia, afinal, levar a o significado da própria vida.
Anime: Mushishi
Gênero: Mistério, Sobrenatural, fantasia
Autor: Yuki Urushibara
Estúdio: Artland Animation Studio
Direção: Hiroshi Nagahama
Episódios: 46
Se me perguntarem quais são os fatores que levam uma obra de anime a entrar no meu ranking de favoritas eu respondo sem pestanejar:
"Deve ter uma fotografia fantástica, personagens carismáticos e uma trilha sonora memorável!"
O anime sobre o qual vou discorrer hoje apresenta esses três aspectos, mas em um deles se sobressai muito além das expectativas.
Mushishi não é um anime para quem procura cenas de ação intensas ou sequer um enredo simples de entender, A premissa do anime nos faz acompanhar um nômade estudioso chamado Ginko e ele busca entender melhor essas formas de vida chamadas "Mushis". Mas, a simplicidade que se destaca nessa premissa logo se perde na complexidade do roteiro e no enredo recheado de diálogos filosóficos e cenas estonteantes.
Esse anime possui um cuidado e uma sensibilidade tão grande com a confecção de seus cenários que eu poderia apenas colocar a TV no mudo e deixar as cenas rodando e ainda assim eu tiraria um ótimo proveito da obra.
Para um público um pouco mais desatento a história pode se perder facilmente afinal é uma narrativa não linear, ao mesmo tempo que também seria fácil iniciar o anime por praticamente qualquer episódio já que, geralmente, os casos são resolvidos no mesmo episódio e existem informações pertinentes para se entender certos aspectos da obra se assistirmos ela por ordem de lançamento. Porém, a estrutura de cada episódio te permite vê-los de forma aleatória sem grandes transtornos para compreender o contexto das personagens.
Falando um pouco sobre a complexidade das personagens, o protagonista Ginko tem um carisma peculiar e magnético. É fácil simpatizar com ele, mas o segredo é que ele tem uma posição neutra a maior parte do tempo se tornando alguém com quem constantemente conseguimos nos identificar, além de ele protagonizar diálogos eloquentes e cheios de lições sobre a vida. Mas, o que me atrai na personagem é realmente o mistério envolto dela. Como a narrativa nem sempre é linear, acompanhamos Ginko em lugares diferentes e em situações diferentes, mas pouco se sabe sobre o passado da personagem que aos poucos é pincelado na obra.
Além dessa complexidade deliciosa de uma personagem carismática temos também a trilha sonora.
A composição envolvente e intensa de Toshio Masuda é uma cereja parruda no bolo da obra.
Se já não bastasse a composição original para a obra, as músicas de introdução da primeira e segunda temporadas são extremamente marcantes. A primeira contando com a composição de Ally Kerr com a música "The Sore Feets Song" e a segunda com a composição de Lucy Rose e a música Shiver, ambas as músicas tranquilas, sensíveis e com um toque de melancolia muito pertinente a obra.
No entanto, existe um ponto chave que torna esse anime inesquecível e esse ponto é a fotografia. Aplaudo de pé o diretor Nagahama pois me peguei mais de uma vez com os olhos marejados ao presenciar um cena extremamente detalhada e de profundo impacto visual. Ter a capacidade de tirar o folego de alguém através de um cenário desenhado é um talento artístico reservado apenas aos grandes nomes do ramo tal como Hayao Miyazaki e Makoto Shinkai; a diferença é que Nagahama nos entrega essas cenas durante uma animação de 46 episódios e não consigo me lembrar de nenhum episódio onde não exista ao menos uma cena de tamanha qualidade.
Em suma, a indicação de Mushishi é um pouco suspeita, mas para quem procura algo rápido, linear e de fácil compreensão de fato a obra não vai ser o ideal, porém se estiver com tempo para admirar a construção desses cenários e reparar na trilha sonora e se não se importar com a narrativa não linear, então tenho certeza que essa obra estará dentre as suas favoritas também. Minha nota é um sólido 8/10 e esse anime é um dos que figuram meu top 5 de favoritos por isso recomendo com carinho e muito amor!
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