O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman
Hoje
trouxe para vocês uma modesta resenha sobre o livro O Oceano no Fim do Caminho, de ninguém mais, ninguém menos que Neil Gaiman que é tão pagão quanto
eu. O livro foi publicado pela Intrínseca
aqui no Brasil lá em 2013.
Antes
de começar a descascar as batatas, uma afirmativa minha que pode assombrar
algumas pessoas: eu nunca tinha lido nada do Gaiman até então. Esse título
estava na minha lista do Skoob há séculos, mas quem disse que eu soube ter foco
na lista? O negócio é que ele acabou me
encontrando e me lamentei secretamente por não ter lido antes (essa é a
minha vida, fazer o que).
A
história é narrada em primeira pessoa pelo próprio protagonista. Ele, que não
tem o nome citado em momento nenhum, acabou indo parar diante de um lago que
teve grande importância durante sua infância. Foi por causa dele que o homem
estava ali. Aliás, não apenas por causa do lago, chamado de oceano por Letty Hemstock, mas pela
família da velha amiga.
Quando
o homem era criança, um suicídio dentro do carro de seu pai serviu de estopim
para acontecimentos sobrenaturais na vizinhança camponesa. Desesperado em ver
que os adultos e sua irmã mais nova não notavam as mesmas coisas que ele, o
protagonista encontra conforto na naturalidade que as Hemstock — Lettie, sua
mãe sra. Hemstock e sua avó — encaram os fenômenos e o aconselham.
É uma
narrativa que parece simples, mas te fisga de uma maneira que você fica
fascinado. Como estudo Druidismo e um pouco sobre outras vertentes pagãs, há
inúmeras referências às crenças dos povos antigos. Uma que está logo no
prólogo, mostra que o trio Hemstock é uma perfeita representação da Deusa
Tríplice: Lettie fala que veio da velha
pátria quando bebê através do oceano.
Sua mãe diz que ela era muito pequena e não se lembra da velha pátria. Já a anciã ri das duas e fala que ela sabe o que era
a verdadeira
velha pátria. Se me permitem à
hipótese, creio que elas falaram respectivamente de Avalon, Atlântida e o Big
Bang. Donzela, Mãe e Anciã. Estou errada? Talvez.
O Oceano no Fim do Caminho ergue algumas
perguntas implícitas para o leitor: será que as coisas que víamos em nossas
infâncias eram frutos de nossa imaginação? Ou éramos cercados pela magia, a
qual fora ofuscada com a vida adulta?
Posso
ter demorado, mas Gaiman ganhou um espaço em meu coração com essa obra. Assim
que possível, lerei outras histórias dele e registrarei minhas impressões.
Por
hoje é só. Espero que tenham gostado. Até mais!
Yasmin Alves - A escritora louca dos gatos, que consegue ler dois livros ao mesmo tempo, tem dotes culinários duvidosos e é apaixonada pela vida.
Blog pessoal: De Lua e Tinta
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